quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O lápis azul é aqui!

O que é que faz com que uma empresa de serviço público - a TVI - (nunca perceberei essa mania de que só é “serviço público” o que for pago pelos impostos e administrado pelo Estado) suspenda um dos seus produtos mais rentáveis (o "Jornal Nacional de 6ª") sem apelo nem agravo nem sequer justificação? E sim, a sua administração tem todo o direito a mudar o que bem lhe aprouver, como empresa que é (seja ela de capitais públicos, privados, cooperativos, etc). Agora quando as decisões dessa empresa de serviço público são:

a) contra toda a racionalidade económica (a suspensão do Jornal Nacional de 6ª, líder de audiências e alavanca - mais uma! - do horário nobre esmagador da TVI, é tão disparatada financeiramente como a suspensão das novelas compactadas desse mesmo horário nobre e a sua substituição por missas em diferido);

b) conformes à vontade do Governo (o Primeiro Ministro disse-o na Assembleia da República muito claramente: a orientação editorial da TVI tinha de mudar. Disse-o também nas várias entrevistas que deu: o jornal da TVI era incómodo para o Governo e para a sua pessoa em particular);

c) tomadas à pressa (se era para suspender o programa, porquê deixar a equipa estar a prepará-lo até à véspera? Isso tem alguma racionalidade? Porque não o anúncio de uma alteração da grelha pós Verão?);

então permitam-me que concorde que ali há gato. Porque – simplesmente - não faz sentido nenhum (em termos empresariais). Ou melhor: faz todo o sentido (em termos políticos).

O lápis azul está a passar por aqui. (ou não fosse o regime um fiel herdeiro das repúblicas que o precederam. Da primeira. E da segunda.)

2 comentários:

Luís Gonçalves Ferreira disse...

Esta Khoura está, aos pouquinhos, a voltar à actividade. Quanto a este assunto, a situação é condenável por ser injustificável e por ter surgido num timing completamente desproporcional. Pena é que as ERC's e outros organismos andem para as sanções como o Sócrates está para as sucatas de Aveiro.

Abraço

Daniel C.da Silva disse...

Digam o que disserem, MMG incomodava com o seu Jornal nacional. E isso basta. Qual o problema de se fazer jornalismo de investigaçao tão a sério? nao é assim que se descobrem as corrupções encobertas?

aquele abraço