Para além do filme a que este tema pertence - Chicago - ser um fabuloso musical, este tema é também uma valiosa lição sobre o que é a verdade. Ou melhor: a verdade como opinião pública, a verdade como coisa pública*. É que a brincar a brincar...
*(Toda a verdade será, por definição e tradição, pública, caso contrário cairá no regime do segredo que é, tradicionalmente, o da ocultação, o da escuridão, o da noite, o da mentira. Não que todo o segredo seja mentira, e toda a publicidade seja verdade. Não. Simplesmente segundo a tradição filosófica ocidental a verdade foi sempre pensada em termos de claridade, iluminação, revelação, publicidade, luz - daí as expressões como "trazer à verdade/ trazer à luz", "descobrir a verdade", "revelar a verdade". Toda uma fotologia a acompanha desde o começo. E por oposição (também essa uma característica do pensamento ocidental, as oposições) a mentira, o segredo, a ocultação revelam-se e velam-se sempre na escuridão, nos véus, na noite, na ausência de luz. Toda uma fotologia negativa acompanha o pensamento do sigilo, do privado, do íntimo.)
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