O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo
Sophia
Nasceram estas palavras a propósito de um outro 25. Mas julgo-as mais a propósito do dia que hoje se celebra (ou pelo menos devia celebrar-se, mas enfim…). Dia da liberdade por excelência, de uma liberdade sem maiúsculas, mas mais inteira e limpa. Da liberdade de escolher. Da liberdade de mudar. Da liberdade de construir o futuro pelas próprias mãos. Da liberdade de ser livre. E viver.
(Há 33 anos uma operação militar punha um fim simbólico naquilo a que a revolucionária França apelidou de “manicómio em auto-gestão”. Nesse dia, um novo caminho emergiu da noite e do silêncio em que o queriam meter, um novo dia amanheceu livre, um povo retomou o caminho democrático interrompido 65 anos antes. Cunhal e os algozes de novas ditaduras e novos mortos foram vencidos e a liberdade floresceu no sol outonal. Há 33 anos os meus, ameaçados de morte, puderam finalmente sair para o sol. E respirar. Há 33 anos, a vida triunfou.)
Por isso, hoje, hoje mesmo e unicamente hoje, vale a pena usar cravos.
…de todas as cores e feitios!
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