A Assembleia da República aprovou vários diplomas onde constam coisas tão insignificantes como a possibilidade de buscas domiciliárias sem mandato (vi aqui), a perseguição de contribuintes (sob a capa do combate à evasão fiscal e à corrupção transforma-se o nosso já kafkiano Estado no pior pesadelo de Kafka!), ou o sempre peregrino "imposto sobre fortunas" - a Esquerda com o seu habitual conjunto de traumas psicanalíticos ainda tem o pensamento condicionado pelo marxismo e a sua noção de riqueza estática, ou seja, a riqueza como um bolo bem ou mal distribuído (portanto, quem for rico é porque roubou/explorou/extorquiu quem é pobre ou menos abonado, constituindo a riqueza, em última análise, um crime de lesa sociedade). E isto, num mundo globalizado e com a economia fortemente virtualizada (a actual crise não é senão o sintoma mais evidente) é tão mais grave, quanto já sabemos o resultado prático da coisa: mais pobreza e mais miséria, afinal a grande obra de sempre dos sociais-marxismos-comunismos por todo o mundo!
O que mais inquieta é que isto começa a fazer lembrar a boutade atribuída ao (infelizmente) sempre omnipresente Otelo Saraiva de Carvalho (se não tiver sido ele o autor que me perdoe por lhe aumentar o já extenso rol de alarvidades ditas e praticadas!): conta-se que nos idos anos "quentes e revolucionários" (quando em França se falava de Portugal como "um manicómio em auto-gestão", o que é bastante… imagético!), estando Otelo (ou outra qualquer personagem da shakespeariana trama da revolução à portuguesa, repito) de visita à social-democrata Suécia terá exclamado com orgulho: - "Em Portugal já quase acabámos com os ricos!". Ao que o governante indígena lhe terá retorquido: -" Ah, sim? Nós por cá já quase acabámos com os pobres…"
Si non è vero, è bene trovato!
©Imagem aqui.
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