- Apesar do cansaço evidente com a política e os políticos somos bem recebidos. Somos bem entendidos. Somos apoiados e gostados. Sem encenações: nota-se no olhar das pessoas, nota-se nos pequenos gestos, nota-se nas pequenas cumplicidades. Apesar de tudo a esperança ainda vive nos seus olhares. E nos nossos.
- Reforço a minha ideia da má imprensa que temos. Do mau jornalismo que temos. É chocante vermos como as coisas se processam nos bastidores. São sempre os mesmos que seguem, dia a dia, a campanha. Isso tira força às abordagens, consome-as por dentro. Ora são cúmplices ora são carrascos. Sendo a apregoada isenção jornalística uma das grandes balelas do tempo contemporâneo (nenhum olhar é isento), aquilo a que assistimos em Portugal é preocupante. Vejo uma peça sobre a campanha socialista em que tudo o que ficámos a saber do dia inteiro foi que Elisa Ferreira (a candidata a tudo que "só lá vai assinar o nome") se perdeu dos restantes colegas de campanha. E que ninguém sabia do seu paradeiro; das actividades, das propostas (a haver), do decorrer da campanha nem uma palavra – só o circo lhes interessa. Temos um jornalismo de polémica. Se as não há, inventam-se. Infelizmente é isso. Polemos no governo da polis. Nada mais. Infelizmente é pouco.
- Visitámos bons exemplos – o Lar da Misericórdia de Aveiro, a Quinta da Conraria (em Coimbra) da Associação de Paralisia Cerebral, a Adega Cooperativa de Almeirim. Que bom conhecê-los! Que pena que o resto não seja (no mínimo) assim!
- Oiço dizer uma coisa (a quem sabe) que me deixa a pensar: "as sondagens só servem para pôr os políticos a falar das sondagens". Pena é (acrescento eu) que continuamente falseiem a verdade sem qualquer consequência.
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