Acabei de tomar consciência de como Portugal está – de uma certa maneira – morto. Completamente morto e esquecido. Levou-me a curiosidade a percorrer a imprensa online europeia e americana (nas línguas perceptíveis, bem entendido!) para perscrutar o que de nós por lá se diz. Quase nada. Quase nada. Quase nada. Nos principais jornais brasileiros (dando atenção aos resultados eleitorais em Espanha, na Itália, no Reino Unido, em França, na Alemanha, na Polónia), nem uma palavra. Nos principais jornais espanhóis, italianos, franceses, somos relegados para os fins de página, ao lado dos estónios, ou dos cipriotas. Nos jornais ingleses, diga-se em abono da verdade, pouco se fala do continente – mas eles sempre foram assim (e isso é algo que lhes admiro!). Apenas nos EUA há referências a Portugal (NATO dixit). Uma miséria. Uma miséria confrangedora e humilhante. Porque já fomos o centro da política europeia. Porque já fomos uma das potências europeias (e mundiais, a propósito!). Porque isto é o reflexo do estado (comatoso, certamente) da nossa diplomacia. Porque isto é o reflexo da falta de um rumo claro, de um objectivo nacional. Patriótico (o último que tivemos foi abandonado em 1975; desde então nada o veio substituir). Não existimos. Não somos lembrados. Não despertamos qualquer interesse. E isso, para alguém orgulhoso, é uma morte. Mais uma morte. Mais: uma morte!
Acho que vou pegar n' Os Lusíadas à procura de algum consolo. Quanto ainda tínhamos memória. Porque – se calhar – é tudo o que nos resta… Ou melhor: por enquanto é tudo o que nos resta.
1 comentário:
Já fomos muita coisa, mas agora somos só o primo pobre que mora longe...
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