Vida intensa e breve, pensou a lebre, correndo sobre as ervas do mundo.
José Agostinho Baptista
… o começo, começa a começar a repetir…
… e a tropeçar, e a rebolar pelas ervas acima e abaixo, pelas letras adentro e afora, rodeando-as, apalpando-as, pesando o seu silêncio e o seu sibilar…
… a cena conta-se facilmente: uma fita encarnada (encarnada, porque inauguração que se preze tem sempre fita encarnada!), com a banda empoleirada no coreto (verde, gosto mais dos verdes) a tocar afincadamente, enquanto o Verão corre ainda na brisa da tarde, e os meninos jogam às escondidas nos recantos, e se lambuzam nos chupas cobertos de pó e nos gelados a desprenderem-se dos dedos como cristais. Toda a gente em fato domingueiro, apertado com os sapatos à dentada aos joanetes (porque é que ninguém nunca se lembra de usar os belos dos sapatos de cerimónia, antes da dita cuja?!), os sorrisos enlevados, e já aliviados por ISTO não ser um daqueles discursos intermináveis de político de província, largamente auto-elogioso e vagamente saloio, com infinitas referências à “modernidade”, ao “progresso” e ao “futuro”…
- Pois então, Minhas Senhoras e Meus Senhores, Damas e Cavalheiros, Excelências e “Discências”… Está inaugurado este “caderno digital” (nada como o bom e velho português para chamar as coisas pelos nomes)!
… começa a correria… e há tanta erva pela frente…
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