Às vezes quase me convenço de que não te amo. Quase consigo acreditar que não és tu o meu chão. E o meu céu. E o motor do meu coração. Quase chego a crer ter-te deixado num apeadeiro qualquer, um daqueles que havia dantes nas bordas dos caminhos, com miradouros e árvores e fontes frescas… A deixar-te, que seja num paraíso, e nunca no deserto, meu amor. Porque continuas a fazer-me sorrir. E só contigo rio. Porque continuas a fazer-me chorar baixinho, primeiro, alto, depois, até a vergonha de me ouvir em pranto desafinado me calar a baba. E só contigo choro. Porque continuas a deitar-te comigo e a levantar-te comigo, e a habitares os meus sonhos, por dentro. Quase consigo acreditar que te deixei. E depois o teu cheiro vem acordar-me do delírio e apontar-me o dedo. E prosto-me por ter – sequer – ousado duvidar de mim, e peço perdão pelo pecado de quase acreditar que não te amo. E lavo-me, purifico-me, rolo-me no chão em entrega abençoada para que me seja esquecida a falta. Que alguma coisa se possa apagar nos meus dias!
Nunca deixo de pensar em ti. Constantemente, em todas as línguas, um desvario percorre-me as veias e nunca deixo de te pensar. Enches-me os dias de alegria transbordante, e à noite, antes de dormir, agradeço a felicidade única de ser contigo. Beijo-te as pálpebras, primeiro, a testa e o queixo, depois. E durmo enroscado a ti. E às vezes quase me convenço de que não te amo. Como se me pusesse à prova e quisesse testar a imensidão do meu sentir. Por ti. Sempre por ti. E assim me vou convencendo de que não te amo. De que não te quero, e de que não são os teus beijos e a tua língua que me temperam a pele. Assim me vou convencendo de que sou capaz de te abandonar. Melhor: de que sou capaz de me esquecer de ti. De me esquecer do teu perfume, da tua pele, do teu calor. Das tuas pernas e das tuas mãos. Quase consigo apagar os nossos abraços, a sua marca permanente, como eles, em mim. Quase consigo. Quase.
Tu nunca és demasiado longe.
Nunca deixo de pensar em ti. Constantemente, em todas as línguas, um desvario percorre-me as veias e nunca deixo de te pensar. Enches-me os dias de alegria transbordante, e à noite, antes de dormir, agradeço a felicidade única de ser contigo. Beijo-te as pálpebras, primeiro, a testa e o queixo, depois. E durmo enroscado a ti. E às vezes quase me convenço de que não te amo. Como se me pusesse à prova e quisesse testar a imensidão do meu sentir. Por ti. Sempre por ti. E assim me vou convencendo de que não te amo. De que não te quero, e de que não são os teus beijos e a tua língua que me temperam a pele. Assim me vou convencendo de que sou capaz de te abandonar. Melhor: de que sou capaz de me esquecer de ti. De me esquecer do teu perfume, da tua pele, do teu calor. Das tuas pernas e das tuas mãos. Quase consigo apagar os nossos abraços, a sua marca permanente, como eles, em mim. Quase consigo. Quase.
Tu nunca és demasiado longe.
1 comentário:
A gaita é sempre o "quase".
Sempre!
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